Estes são os itens (as questões) de Português da Prova Brasil de 2011. Trabalhe-os com seus alunos, pois isso os deixará menos ansiosos e mais familiarizados com a prova.
Equipe PAA-Petrolina.
Tópico I – Procedimentos de Leitura
Descritor
1 – Localizar informações explícitas em um texto
Que habilidade
pretendemos avaliar?
A habilidade que pode ser avaliada por este item
relaciona-se à localização pelo aluno de uma informação solicitada, que pode
estar expressa literalmente no texto ou pode vir manifesta por meio de uma
paráfrase, isto é, dizer de outra maneira o que se leu.
Essa habilidade é avaliada por meio de um texto-base
que dá suporte ao item, no qual o aluno é orientado a localizar as informações
solicitadas seguindo as pistas fornecidas pelo próprio texto. Para chegar à
resposta correta, o aluno deve ser capaz de retomar o texto, localizando,
dentre outras informações, aquela que foi solicitada.
Exemplo de item:
O disfarce dos bichos
Você já tentou pegar um galhinho
seco e ele virou bicho, abriu asas e voou? Se isso aconteceu é porque o graveto
era um inseto conhecido como “bicho-pau”. Ele é tão parecido com o galhinho,
que pode ser confundido com o graveto.
Existem lagartas que se parecem
com raminhos de plantas. E há grilos que imitam folhas.
Muitos animais ficam com a cor e
a forma dos lugares em que estão. Eles fazem isso para se defender dos inimigos
ou capturar outros bichos que servem de alimento. Esses truques são chamados de
mimetismo, isto é, imitação.
O cientista inglês Henry Walter Bates foi quem descobriu o mimetismo. Ele
passou 11 anos na selva amazônica estudando os animais.
MAVIAEL MONTEIRO, José. Bichos que
usam disfarces para defesa. FOLHINHA, 6 NOV. 1993.
O bicho-pau se parece com
(A) florzinha seca.
(B) folhinha verde.
(C) galhinho seco.
(D) raminho de planta.
Resposta: C
Descritor 3 – Inferir o sentido de uma palavra ou expressão
Exemplo de item:
Bula
de remédio
VITAMIN
COMPRIMIDOS
embalagens com 50
comprimidos
COMPOSIÇÃO
Sulfato
ferroso .............................. 400 mg
Vitamina
B1 .................................. 280 mg
Vitamina
A1 .................................. 280 mg
Ácido
fólico ................................... 0,2 mg
Cálcio
............................................. 150 mg
INFORMAÇÕES AO
PACIENTE
O Produto, quando
conservado em locais frescos e bem ventilados, tem validade de
12 meses.
É conveniente qeu o
médico seja avisado de qualquer efeito colateral.
INDICAÇÕES
No tratamento das
anemias.
CONTRA-INDICAÇÕES
Não deve ser tomado
durante a gravidez.
EFEITOS COLATERAIS
Pode causar vômito e tontura em pacientes sensíveis
ao ácido fólico da fórmula.
POSOLOGIA
Adultos: um comprimido duas vezes ao dia. Crianças:
um comprimido uma vez ao dia.
LABORATÓRIO INFARMA
S.A.
Responsável - Dr. R.
Dias Fonseca
CÓCCO, Maria Fernandes; HAILER,
Marco Antônio. Alp Novo:
análise,
linguagem e pensamento. São
Paulo:
FTD, 1999.v.2.p.184.
No texto, a palavra COMPOSIÇÃO indica
(A) as situações contra-indicadas do remédio.
(B) as vitaminas que fazem falta ao homem.
(C) os elementos que formam o remédio.
(D) os produtos que ausam anemias.
Resposta: C
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
Sugere-se que os professores
trabalhem com os alunos os sentidos que as palavras e as expressões podem
adquirir em determinado contexto.
Descritor
4 – Inferir uma informação implícita no texto
Que habilidade
pretendemos avaliar?
Por meio deste descritor, pode-se avaliar a
habilidade de o aluno reconhecer uma idéia implícita no texto, seja por meio da
identificação de sentimentos que dominam as ações externas dos personagens, em
um nível mais básico, seja com base na identificação do gênero textual e na
transposição do que seja real para o imaginário. É importante que o aluno
apreenda o texto como um todo, para dele retirar as informações solicitadas.
Essa habilidade é avaliada por meio de um texto, no
qual o aluno deve buscar informações que vão além do que está explícito, mas
que, à medida que ele vai atribuindo sentido ao que está enunciado no texto,
vai deduzindo o que lhe foi solicitado. Ao realizar este movimento, há o
estabelecimento de relações entre o texto e o seu contexto pessoal.
Por meio deste item, pretendemos verificar se o aluno
consegue inferir uma informação que está sendo solicitada e que não está na
base textual, ou seja, o aluno deve ser levado a não só assimilar o que o texto
diz, mas também como e para que diz (Kato, 1990, p. 131).
Exemplo de item:
Talita
Talita tinha a mania de dar nomes de gente aos
objetos da casa, e tinham de ser nomes que rimassem. Assim, por exemplo, a
mesa, para Talita, era Dona Teresa, a poltrona era Vó Gordona, o armário era o
Doutor Mário. A escada era Dona Ada, a
escrivaninha era Tia Sinhazinha, a lavadora era Prima
Dora, e assim por diante.
Os pais de Talita achavam graça e topavam a
brincadeira. Então, podiam-se
ouvir conversas tipo como esta:
— Filhinha, quer trazer o jornal que está em cima da
Tia Sinhazinha!
— É pra já, papai. Espere sentado na Vó Gordona, que
eu vou num pé e volto
noutro.
Ou então:
— Que amolação, Prima Dora está entupida, não lava
nada! Precisa chamar o
mecânico.
— Ainda bem que tem roupa limpa dentro do Doutor
Mário, né mamãe?
E todos riam.
BELINKY, Tatiana. A operação do Tio Onofre: uma
história policial. São Paulo: Ática, 1985.
A mania de Talita de
dar nome de gente aos objetos da casa demonstra que ela é
(A) curiosa.
(B) exagerada.
(C) estudiosa.
(D)
criativa.
Resposta: D
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
Pode-se destacar que textos que,
normalmente, compõem-se de escrita e imagem (tirinhas, propagandas, rótulos,
etc.) colaboram para o desenvolvimento da habilidade de inferir, sendo o
professor um mediador para que os alunos estabeleçam relações entre os
diferentes elementos presentes no texto, discutindo também as diferentes
possibilidades de interpretações apresentadas por eles.
Descritor
6 – Identificar o tema de um texto
Que habilidade
pretendemos avaliar?
A habilidade que pode ser avaliada por meio deste
descritor refere-se ao reconhecimento pelo aluno do assunto principal do
texto, ou seja, identificar do que trata o texto. Para que o aluno identifique
o tema, é necessário que ele relacione as diferentes informações para construir
o sentido global do texto.
Essa habilidade é avaliada por meio de um texto para
o qual é solicitado, de
forma direta, que o aluno identifique o tema ou o
assunto principal.
Exemplo de item:
A Boneca Guilhermina
Esta é a minha boneca, a Guilhermina. Ela é uma
boneca muito bonita, que faz xixi e cocô. Ela é muito boazinha também. Faz tudo
o que eu mando. Na hora de dormir, reclama um pouco. Mas depois que pega no
sono, dorme a noite inteira! Às vezes ela acorda no meio da noite e diz que
está com sede. Daí eu dou água para ela. Daí ela faz xixi e eu troco a fralda
dela. Então eu ponho a Guilhermina dentro do armário, de castigo. Mas quando
ela chora, eu não agüento. Eu vou até lá e pego a minha boneca no colo. A
Guilhermina é a boneca mais bonita da rua.
MUILAERT, A. A boneca Guilhermina. In: __
As reportagens de Penélope. São Paulo:
Companhia das Letrinhas, 1997. p. 17. Coleção Castelo
Rá-Tim-Bum – vol. 8.
O texto trata, PRINCIPALMENTE,
(A) de uma boneca muito especial.
(B) das brincadeiras de uma boneca.
(C) das aventuras de uma menina.
(D) do dia-a-dia de uma menina.
Resposta: A
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
Este resultado, mais uma vez, reforça a necessidade
de a escola trabalhar em um nível de atividade que ultrapasse a superfície do
texto, conduzindo o aluno a estabelecer relações entre as informações
explícitas e implícitas, a fim de que ele faça inferências textuais e elabore
uma síntese do texto. Os textos informativos são excelentes para se desenvolver
essa habilidade.
Descritor 11 – Distinguir um fato
da opinião relativa a esse fato
Que habilidade pretendemos avaliar?
Por meio de itens referentes a este descritor,
pode-se avaliar a habilidade de o aluno identificar, no texto, um fato relatado
e diferenciá-lo do comentário que o autor, ou o narrador, ou o personagem
fazem sobre esse fato.
Essa habilidade é avaliada por meio de um texto, no
qual o aluno é solicitado a distinguir as partes dele referentes a um fato e as
relativas a uma opinião relacionada ao fato apresentado, expressa pelo autor,
narrador ou por algum personagem.
Exemplo de item:
A raposa e as uvas
Num
dia quente de verão, a raposa passeava por um pomar. Com sede e
calor,
sua atenção foi capturada por um cacho de uvas.
“Que
delícia”, pensou a raposa, “era disso que eu precisava para adoçar a
minha
boca”. E, de um salto, a raposa tentou, sem sucesso, alcançar as uvas.
Exausta
e frustrada, a raposa afastou-se da videira, dizendo: “Aposto que es-
tas
uvas estão verdes.”
Esta
fábula ensina que algumas pessoas quando não conseguem o que que-
rem,
culpam as circunstâncias.
(http://www1.uol.com.br/crianca/fabulas/noflash/raposa.
htm)
A frase que expressa uma opinião
é
(A) “a raposa passeava por um pomar.” (ℓ. 1)
(B) “sua atenção foi capturada por um cacho de uvas.”
(ℓ. 2)
(C) “aposto que estas uvas estão verdes” (ℓ. 5-6)
(D) “a raposa afastou-se da videira” (ℓ. 5)
Resposta: C
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
Para trabalhar em sala de aula a habilidade de
estabelecer a diferença entre fato e opinião sobre o fato, sugerimos que o
professor recorra a gêneros textuais variados, especialmente os que apresentam
estrutura narrativa como contos (fragmentos) e crônicas.
Os textos argumentativos também se prestam para
trabalhar essa habilidade. Porém, é importante que o professor leve o aluno a
compreender as situações criadas pelos instrumentos gramaticais, como as
expressões adverbiais e as denotativas, em vez de limitar o trabalho à mera
referencialidade ou influência externa de intromissão do
locutor/produtor/narrador no texto.
Tópico II – Implicações do suporte, do
gênero e/ou enunciador na compreensão do texto
Descritor 5 – Interpretar texto
com auxílio de material gráfico diverso (propagandas, quadrinhos, fotos, entre
outros)
Que habilidade pretendemos avaliar?
Por meio de itens referentes a este descritor,
pode-se avaliar a habilidade de o aluno reconhecer a utilização de elementos
gráficos (não-verbais) como apoio na construção do sentido e interpretar textos
que utilizam linguagem verbal e não-verbal (textos multissemióticos).
Essa habilidade pode ser
avaliada por meio de textos compostos por gráficos, desenhos, fotos, tirinhas,
charges. Para demonstrar essa habilidade, não basta apenas decodificar sinais e
símbolos, mas ter a capacidade de perceber a interação entre a imagem e o texto
escrito. A integração de imagens e palavras contribui para a formação de novos
sentidos do texto.
Exemplo de item:
O autor desses quadrinhos pretendeu chamar a atenção
para a
(A) poesia “Canção do exílio”, que fala da terra.
(B) necessidade de preservar as árvores.
(C) vida de passarinho solitário.
(D) volta o sabiá para sua casa.
Resposta: B
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
Levando em conta que grande parte dos textos com os
quais nos deparamos nas diversas situações sociais de leitura exige que se
integre texto escrito e material gráfico para sua compreensão, a escola pode
contribuir para o desenvolvimento dessa habilidade à medida que explore a
integração de múltiplas linguagens como forma de expressão de idéias e
sentimentos.
Para trabalhar essa habilidade,
o professor deve levar para a sala de aula a maior variedade possível de textos
desse gênero. Além das revistas em quadrinhos e das tirinhas, pode-se explorar
materiais diversos que contenham apoio em recursos gráficos. Esses materiais
vão de peças publicitárias e charges de jornais aos textos presentes em
materiais didáticos de outras disciplinas, tais como gráficos, mapas, tabelas,
roteiros.
Descritor
09 – Identificar a finalidade de textos de diferentes gêneros
Que habilidade
pretendemos avaliar?
A habilidade que pode ser avaliada com itens
relativos a este descritor diz respeito ao reconhecimento, por parte do aluno,
do gênero ao qual se refere o texto-base, identificando, dessa forma, qual o
objetivo do texto: informar, convencer, advertir, instruir, explicar, comentar,
divertir, solicitar, recomendar etc.
Essa habilidade é avaliada por meio da leitura de
textos integrais ou de fragmentos de textos de diferentes gêneros, como
notícias, fábulas, avisos, anúncios, cartas, convites, instruções, propagandas,
entre outros, em que solicita-se ao aluno a identificação explícita de sua
finalidade.
Este descritor avalia, por meio do item, se o aluno
compreende qual é a função social do texto. A partir da leitura como um todo,
ele deve perceber a intencionalidade do autor, isto é, seus propósitos.
Exemplo de item:
EVA FURNARI
EVA FURNARI - Uma das principais figuras da
literatura para crianças. Eva Furnari nasceu em Roma (Itália) em 1948 e chegou
ao Brasil em 1950, radicando-se em São Paulo. Desde muito jovem, sua atração
eram os livros de estampas e não causa estranhamento algum imaginá-Ia envolvida
com cores, lápis e pincéis, dese- nhando mundos e personagens para
habitá-Ios...
Suas habilidades criativas
encaminharam-na, primeiramente, ao universo das Artes Plásticas expondo, em
1971, desenhos e pinturas na Associação dos Amigos do Museu de Arte Moderna, em
uma mostra individual. Paralelamente, cursou a Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da USP, formando-se no ano de 1976. No entanto, erguer prédios
tornou-se pouco atraente quando encontrou a experiência das narrativas visuais.
Iniciou sua carreira como autora
e ilustradora, publicando histórias sem texto verbal, isto é, contadas apenas
por imagens. Seu primeiro livro foi lançado pela Ática, em 1980, Cabra-cega,
inaugurando a coleção Peixe Vivo, premiada pela Fundação Nacional do Livro
Infantil e Juvenil -FNLlJ.
Ao longo de sua carreira, Eva
Furnari recebeu muitos prêmios, entre eles contam o Jabuti de “Melhor
Ilustração” - Trucks (Ática, 1991), A bruxa Zelda e os 80 docinhos (1986) e
Anjinho (1998) - setes láureas concedidas pela FNLlJ e o Prêmio APCA pelo
conjunto de sua obra.
http://caracal. imaginaria. cam/autog
rafas/evafurnari/index. html
A finalidade do texto é
(A) informar sobre a vida de uma
autora.
(B) divulgar os livros de uma
autora.
(C) apresentar dados sobre vendas
de livros.
(D) instruir sobre o manuseio de livros.
Resposta: A
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
É importante que, no trabalho com este descritor,
sejam criadas estratégias de ensino em que se discuta a diferença entre relatar
uma informação ou informar algo, enfatizando-se que, ao relatar, você estará
contando um fato e trabalhando com textos narrativos, necessariamente, e, ao
informar, tem-se o propósito de apresentar idéias ou conhecimentos novos com o
objetivo de aumentar o conhecimento do leitor.
Além disso, é importante,
também, que o professor trabalhe em sala de aula com textos de gêneros
variados: notícias, avisos, anúncios, cartas, artigos, entre outros,
evidenciando não o assunto do texto, mas a sua finalidade. Por exemplo, o aluno
deve saber para que serve um currículo, ou um artigo de lei.
Tópico
III – Relação entre textos
Descritor
15 – Reconhecer diferentes formas de tratar uma informação na comparação de
textos que tratam do mesmo tema, em função das condições em que ele foi
produzido
Que habilidade
pretendemos avaliar?
Por meio de itens associados a este descritor,
pode-se avaliar a habilidade de o aluno reconhecer as diferenças entre textos
que tratam do mesmo assunto, em função do leitor-alvo, da ideologia, da época
em que foi produzido e das suas intenções comunicativas. Por exemplo,
historinhas infantis satirizadas em histórias em quadrinhos ou poesias
clássicas utilizadas como recurso para análises críticas de problemas do cotidiano.
Essa habilidade é avaliada por
meio da leitura de dois ou mais textos, de mesmo gênero ou de gêneros
diferentes, tendo em comum o mesmo tema, para os quais é solicitado o
reconhecimento das formas distintas de abordagem.
CONVITE 2
|
Exemplo
de item:
|
CONVITE 1
|
Ao compararmos os dois convites notamos que são
diferentes porque
A) os dois pertencem ao mundo
real.
(B) os dois pertencem ao mundo
imaginário.
(C) os dois têm as mesmas informações para os convidados.
(D) apenas o primeiro convite pertence ao mundo real.
Resposta: D
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
Uma estratégia interessante para o desenvolvimento
dessa habilidade é proporcionar aos alunos a leitura de textos diversos
relacionados a um mesmo tema e contendo diferentes idéias. Os textos podem ser
retirados de jornais, revistas, Internet, livros, campanhas publicitárias,
entre outros. Esse trabalho pode despertar neles a consciência de que há vários
gêneros de textos , os quais, embora tratem de um mesmo tema, podem expressar
sentidos diferenciados conforme a intenção do autor.
Outra estratégia é trabalhar com os alunos a produção
textual abordando um mesmo tema. Com essa atividade, o professor pode explorar
as diferentes formas de produção do tema trabalhado, despertando nos alunos
atitudes críticas e reflexivas.
As atividades que envolvem a
relação entre textos são essenciais para que o aluno construa a habilidade de
analisar o modo de tratamento do tema dado pelo autor e as condições de
produção, recepção e circulação dos textos.
Tópico
IV – Coerência e coesão no processamento do texto
Descritor
2 – Estabelecer relações entre partes de um texto, identificando repetições ou
substituições que contribuem para a continuidade de um texto
Que habilidade pretendemos
avaliar?
Diferentes partes de um texto podem estar
interligadas por uma expressão que se repete literalmente ou que é substituída
por um pronome, um sinônimo, um hiperônimo, por exemplo. Por essas vias, nada
no texto está solto. Tudo continua e se articula numa rede de relações, de
forma que o texto resulta numa unidade, num todo articulado e coerente.
Um item que se destina a avaliar tal habilidade deve
solicitar do aluno o reco-nhecimento desses nexos, ou seja, a identificação dos
segmentos que constituem um laço, que promovem um encadeamento.
Com este item, podemos avaliar a habilidade do aluno
em relacionar uma informação dada a outra informação nova introduzida por meio
do uso de um pronome. Verifica-se que o pronome oblíquo “la” retoma a palavra
“Narizinho” situada no primeiro parágrafo do fragmento do texto.
Exemplo de item:
A
Costureira das Fadas
(Fragmento)
Depois do jantar, o príncipe
levou Narizinho à casa da melhor costureira do reino. Era uma aranha de Paris,
que sabia fazer vestidos lindos, lindos até não poder mais! Ela mesma tecia a
fazenda, ela mesma inventava as modas.
– Dona Aranha – disse o príncipe
– quero que faça para esta ilustre dama o vestido mais bonito do mundo. Vou dar
uma grande festa em sua honra e quero vê-la deslumbrar a corte.
Disse e retirou-se. Dona Aranha
tomou da fita métrica e, ajudada por seis aranhinhas muito espertas, principiou
a tomar as medidas. Depois teceu depressa, depressa, uma fazenda cor-de-rosa
com estrelinhas douradas, a coisa mais linda que se possa imaginar. Teceu
também peças de fita e peças de renda e de entremeio — até carretéis de linha
de seda fabricou.
MONTEIRO LOBATO, José Bento. Reinações de Narizinho.
São Paulo: Brasiliense, 1973.
A expressão vê-la (ℓ. 5) se refere à
(A) Narizinho.
(B) Cinderela.
(C) Dona Aranha.
(D) Fada.
Resposta: A
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
O professor, ao trabalhar o texto com os alunos, deve
exercitar a coesão textual, isto é, a relação que as palavras e frases de um
texto mantêm entre si. Sugere-se que o professor trabalhe, na 4ª séie/5ª ano,
principalmente, a referência pessoal, representada pelos pronomes pessoais e a
coesão textual, por meio da reiteração de termos sinônimos ou palavras afins
que pertençam a um mesmo campo semântico. Os textos verbais, de gêneros
variados, prestam-se a esse tipo de exercício.
Descritor
7 – Identificar o conflito gerador do enredo e os elementos que constroem a
narrativa
Que habilidade pretendemos
avaliar?
Toda narrativa obedece a um esquema de constituição,
de organização, que, salvo algumas alterações, compreende as seguintes partes:
I) Introdução ou Apresentação – corresponde ao momento inicial
da narrativa, marcado por um estado de equilíbrio, em que tudo parece
conformar-se à normalidade. Do ponto de vista da construção da narrativa,
nesta parte, são indicadas as circunstâncias
da história, ou seja, o local e o tempo em que decorrerá a ação e
apresentadas as personagens principais (os
protagonistas); tal apresentação se dá por
meio de elementos descritivos (físicos, psicológicos, morais,
e outros). Cria-se, assim, um cenário e um tempo para os personagens iniciarem
suas ações; já se pode antecipar alguma direção para o enredo da narrativa. É,
portanto, o segmento da ordem existente.
II) O
segundo momento – Desenvolvimento e Complicação – corresponde ao bloco em que se
sucedem os acontecimentos, numa determinada ordem e com a intervenção do(s)
protagonistas. Corresponde, ainda, ao bloco em que se instala o conflito, a complicação ou a
quebra daquele equilíbrio inicial, com
a intervenção opositora do(s) antagonista(s)
– (personagem (ns) que, de
alguma forma, tenta(m) impedir o protagonista de realizar seus projetos,
normalmente positivos). É, portanto, o segmento da ordem perturbada.
III) O
terceiro momento – Clímax – corresponde ao bloco em que a
narrativa chega ao momento crítico, ou seja, ao momento em que se
viabiliza o desfecho da narrativa.
IV) O
quarto e último momento – Desfecho
ou desenlace – corresponde ao segmento em
que se dá a resolução do conflito. Dentro dos padrões
convencionais, em geral, a narrativa acaba com um desfecho favorável. Daí o
tradicional “final feliz”. Esse último bloco é o segmento
da ordem restabelecida.
Um item vinculado a esse
descritor deve levar o aluno a identificar um desses elementos constitutivos da
estrutura da narrativa. Evidentemente, o texto utilizado deve ser do tipo
narrativo.
Exemplo
de item:
A
Raposa e o Cancão
Passara a manhã chovendo, e o
Cancão todo molhado, sem poder voar, estava tristemente pousado à beira de uma
estrada. Veio a raposa e levou-o na boca para os filhinhos. Mas o caminho era
longo e o sol ardente. Mestre Cancão enxugou e começou a cuidar do meio de
escapar à raposa. Passam perto de um povoado. Uns meninos que brincavam começam
a dirigir desaforos à astuciosa caçadora. Vai o Cancão e fala:
— Comadre raposa, isto é um
desaforo! Eu se fosse você não agüentava! Passava uma descompostura!...
A raposa abre a boca num
impropério terrível contra a criançada. O Cancão voa, pousa triunfantemente num
galho e ajuda a vaiá-la...
CASCUDO, Luís Câmara. Contos tradicionais do
Brasil. 16ª ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
No final da história, a raposa foi
(A) corajosa.
(B) cuidadosa.
(C) esperta.
(D) ingênua.
Resposta: D
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
O professor pode utilizar várias estratégias para
desenvolver essa habilidade no aluno. Ele deve partir de textos simples em que
pode ser observada, com maior facilidade, a estrutura organizacional dos
textos, solicitando que ele indique as partes que os compõem. Paulatinamente,
ele deve ir utilizando textos mais complexos e solicitar produções nas quais
ele explicite o início, o desenvolvimento e o fim de narrativas, com suas
dinâmicas geradoras.
Descritor 8 – Estabelecer a
relação causa/conseqüência entre partes e elementos do texto
Que habilidade pretendemos avaliar?
Por meio de itens referentes a este descritor,
pode-se avaliar a habilidade de o aluno reconhecer os motivos pelos quais os
fatos são apresentados no texto, ou seja, as relações expressas entre os
elementos que se organizam, de forma que um é resultado do outro.
Entende-se como causa/conseqüência todas as relações
entre os elementos que se organizam de tal forma que um é resultado do outro.
Para avaliar essa habilidade, pode-se pedir ao leitor para reconhecer relações
de causa e efeito, problema e solução, objetivo e ação, afirmação e
comprovação, justificativa, motivo e comportamento, pré-condição, entre
outras.
Exemplo de item:
A Costureira das Fadas
Depois do jantar, o príncipe
levou Narizinho à casa da melhor costureira do reino. Era uma aranha de Paris,
que sabia fazer vestidos lindos, lindos até não poder mais! Ela mesma tecia a
fazenda, ela mesma inventava as modas.
– Dona Aranha – disse o príncipe
– quero que faça para esta ilustre dama o vestido mais bonito do mundo. Vou dar
uma grande festa em sua honra e quero vê-la deslumbrar a corte.
Disse e retirou-se. Dona Aranha
tomou da fita métrica e, ajudada por seis aranhinhas muito espertas,
principiou a tomar as medidas. Depois teceu depressa, depressa, uma fazenda
cor-de-rosa com estrelinhas douradas, a coisa mais linda que se possa imaginar.
Teceu também peças de fita e peças de renda e de entremeio — até carretéis de
linha de seda fabricou.
MONTEIRO LOBATO, José Bento.
Reinações de Narizinho. São Paulo: Brasiliense, 1973.
O príncipe quer dar um vestido
para Narizinho porque
(A) ela deseja ter um vestido de
baile.
(B) o príncipe vai se casar com
Narizinho.
(C) o príncipe fará uma festa para Narizinho.
(D) ela deseja um vestido
cor-de-rosa.
Resposta: C
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
Para trabalhar as relações de causa e conseqüência, o
professor pode se valer de textos verbais de gêneros variados, em que os alunos
possam reconhecer as múltiplas relações que contribuem para dar ao texto
coerência e coesão. As notícias de jornais, por exemplo, são excelentes para
trabalhar essa habilidade, tendo em vista que, nesse tipo de gênero textual, há
sempre a explicitação de um fato, das conseqüências que provoca e das causas
que lhe deram origem.
Descritor 12 – Estabelecer
relações lógico-discursivas presentes no texto, marcadas por conjunções,
advérbios etc
Que habilidade pretendemos avaliar?
Em todo texto de maior extensão, aparecem expressões
conectoras – sejam conjunções, preposições, advérbios e respectivas locuções –
que criam e sinalizam relações semânticas de diferentes naturezas. Entre as
mais comuns, podemos citar as relações de causalidade, de comparação, de
concessão, de tempo, de condição, de adição, de oposição etc. Reconhecer o tipo
de relação semântica estabelecida por esses elementos de conexão é uma
habilidade fundamental para a apreensão da coerência do texto.
Um item voltado para o reconhecimento de tais
relações deve focalizar as expressões sinalizadoras e seu valor semântico,
sejam conjunções, preposições ou locuções adverbiais.
Exemplo de iten:
Poluição do solo
É na camada mais externa da
superfície terrestre, chamada solo, que se desenvolvem os vegetais. Quando o
solo é contaminado, tanto os cursos subterrâneos de água como as plantas podem
ser envenenadas.
Os principais poluentes do solo
são os produtos químicos usados na agricultura. Eles servem para destruir
pragas e ervas daninhas, mas também causam sérios estragos ambientais.
O lixo produzido pelas fábricas
e residências também pode poluir o solo. Ba-terias e pilhas jogadas no lixo,
por exemplo, liberam líquidos tóxicos e corrosivos. Nos aterros, onde o lixo
das cidades é despejado, a decomposição da matéria orgânica gera um líquido
escuro e de mau cheiro chamado chorume, que penetra no solo e contamina mesmo
os cursos de água que passam bem abaixo da superfície.
{...}
Almanaque Recreio. São Paulo: Abril. Almanaques
CDD_056-9. 2003.
No trecho “É na camada mais externa da
superfície terrestre” (ℓ.1), a expressão sublinhada indica
(A) causa.
(B) lugar.
(C) finalidade.
(D) tempo.
Resposta: B
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
Para desenvolver essa habilidade, o professor pode se
valer de textos de gêneros variados para trabalhar as relações
lógico-discursivas, mostrando aos alunos a importância de reconhecer que todo
texto se constrói a partir de múltiplas relações de sentido que se estabelecem
entre os enunciados que compõem o texto. Os textos argumentativos, os textos
informativos, como, por exemplo, as notícias de jornais, são excelentes para
trabalhar essa habilidade.
Tópico
V – Relações entre Recursos Expressivos e Efeitos de Sentido
Descritor
13 – Identificar efeitos de ironia ou humor em textos variados
Que habilidade
pretendemos avaliar?
A forma como as palavras são usadas ou a quebra na
regularidade de seus usos constituem recursos que, intencionalmente, são
mobilizados para produzir no interlocutor certos efeitos de sentido. Entre
tais efeitos, são comuns os efeitos de ironia ou aqueles outros que provocam
humor ou outro tipo de impacto. Para que a pretensão do autor tenha sucesso, é
preciso que o interlocutor reconheça tais efeitos. Por exemplo, na ironia, o
ouvinte ou leitor devem entender que o que é dito corresponde, na verdade, ao
contrário do que é explicitamente afirmado.
Um item relacionado a essa habilidade deve ter como
base textos em que tais efeitos se manifestem (como anedotas, charges, tiras
etc.) e deve levar o aluno a reconhecer que expressões ou que outros recursos
criaram os efeitos em jogo.
Exemplo de item:
Continho
Era uma vez um menino triste,
magro e barrigudinho. Na soalheira danada de meio-dia, ele estava sentado na
poeira do caminho, imaginando bobagem, quando passou um vigário a cavalo.
— Você, aí, menino, para onde
vai essa estrada?
— Ela não vai não: nós é que
vamos nela.
— Engraçadinho duma figa! Como
você se chama?
— Eu não me chamo, não, os
outros é que me chamam de Zé.
MENDES CAMPOS, Paulo, Para gostar de
ler - Crônicas. São Paulo: Ática, 1996, v. 1 p. 76.
Há traço de humor no trecho
(A) “Era uma vez um menino
triste, magro”. (ℓ. 1)
(B) “ele estava sentado na
poeira do caminho”. (ℓ. 1-2)
(C) “quando passou um vigário”.
(ℓ. 2)
(D) “Ela não vai não: nós é que vamos nela”. (ℓ. 4)
Resposta: D
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
Sugerimos ao professor que, ao longo do processo de
leitura, ofereça aos alunos o contato com gêneros textuais que utilizem
largamente recursos expressivos, como propagandas, reportagens, quadrinhos,
anedotas, entre outros, orientando-os a perceberem e analisarem os efeitos de
sentido, recorrentes nesses textos.
Descritor 14 – Identificar o
efeito de sentido decorrente do uso da pontuação e de outras notações
Que habilidade pretendemos avaliar?
A habilidade que pode ser avaliada por meio de itens
referentes a este descritor relaciona-se ao reconhecimento, pelo aluno, dos
efeitos provocados pelo emprego de recursos de pontuação ou de outras formas de
notação. O aluno identifica esses efeitos da pontuação (travessão, aspas,
reticências, interrogação, exclamação, entre outros) e notações como tamanho de
letra, parênteses, caixa alta, itálico, negrito, entre outros, e atribui
sentido a eles.
Com este item, podemos avaliar a habilidade de o
aluno utilizar estratégias de leitura que o levem a identificar o uso das
reticências e o efeito gerados por elas para o sentido do texto. Neste caso, o
sinal de pontuação colabora para a construção Unidade 4 Língua Portuguesa 52
do sentido global do texto, não
se restringindo ao aspecto puramente gramatical da pontuação.
Exemplo de item:
O que disse o passarinho
Um passarinho me contou
que o elefante brigou
com a formiga só porque
enquanto dançavam (segundo ele)
ela pisou no pé dele!
Um passarinho me contou
que o jacaré se engasgou
e teve de cuspi-lo inteirinho
quando tentou engolir,
imaginem só, um porco-espinho!
Um passarinho me contou
que o namoro do tatu e a
tartaruga
deu num casamento de fazer dó:
cada qual ficou morando em sua
casca
em vez de morar numa casca só.
Um passarinho me contou
que a ostra é muito fechada,
que a cobra é muito enrolada
que a arara é uma cabeça oca,
e que o leão-marinho e a foca...
Xô xô, passarinho, chega de
fofoca!
PAES, José Paulo. O que disse o
passarinho. In: ____.Um passarinho me
contou. São Paulo: Editora Ática, 1996.
A pontuação usada no final do verso “e que o
leão-marinho e a foca...” (ℓ. 20) sugere que o passarinho
(A) ainda tem fofocas para contar.
(B) está confuso.
(C) não tem mais fofocas para contar.
(D) está cansado.
Resposta: A
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
Para trabalhar no texto os sinais de pontuação e as
notações, especificamente, o professor pode orientar os alunos, ao longo do
processo de leitura, a perceber e analisar a função desses sinais como
elementos significativos para a construção de sentidos e não apenas para sua
função gramatical.
É bom lembrar que os sinais de
pontuação suprem na escrita os elementos da fala (como ênfase, pausa,
continuidade, interrupção, mudanças de sentido) e ainda expressam estados de ânimo
e intenções expressivas do locutor. Além dos textos publicitários que se
utilizam largamente desses recursos expressivos, os poemas também se valem
deles, o que possibilita o exercício de perceber os efeitos de sentido do
texto.
Tópico
VI – Variação lingüística
Descritor
10 – Identificar as marcas lingüísticas que evidenciam o locutor e o
interlocutor de um texto
Que habilidade
pretendemos avaliar?
Por meio de itens deste descritor, pode-se avaliar a
habilidade de o aluno identificar quem fala no texto e a quem ele se destina,
essencialmente, pela presença de marcas lingüísticas (o tipo de vocabulário, o
assunto etc.), evidenciando, também, a importância do domínio das variações
lingüísticas que estão presentes na nossa sociedade.
Essa habilidade é avaliada em textos nos quais o
aluno é solicitado a identificar o locutor e o interlocutor nos diversos
domínios sociais, como também são exploradas as possíveis variações da fala:
linguagem rural, urbana, formal, informal, incluindo as linguagens relacionadas
a determinados domínios sociais, como cerimônias religiosas, escola, clube etc.
Com este item, podemos avaliar a habilidade do aluno
em identificar as marcas lingüísticas que evidenciam o domínio social, ou seja,
o ambiente em que a palavra “tá” é mais comumente empregada em vez de “está”:
se na escola ou em conversa com os amigos. O aluno também é solicitado a
identificar se essa mesma marca lingüística “tá” é normalmente estudada nas
gramáticas ou encontrada nos livros técnicos.
Exemplo de item:
Carta
Lorelai:
Era tão bom quando eu morava lá na roça. A casa tinha
um quintal com mi-lhões de coisas, tinha até um galinheiro. Eu conversava com
tudo quanto era gali-nha, cachorro, gato, lagartixa, eu conversava com tanta
gente que você nem imagina, Lorelai. Tinha árvore para subir, rio passando no
fundo, tinha cada esconderijo tão bom que a gente podia ficar escondida a vida
toda que ninguém achava. Meu pai e minha mãe viviam rindo, andavam de mão dada,
era uma coisa muito legal da gente ver. Agora, tá tudo diferente: eles vivem de
cara fechada, brigam à toa, discutem por qualquer coisa. E depois, toca todo
mundo a ficar emburrando. Outro dia eu perguntei: o que é que tá acontecendo que
toda hora tem briga? Sabe o que é que eles falaram? Que não era assunto para
criança. E o pior é que esse negócio de emburramento em casa me dá uma aflição
danada. Eu queria tanto achar um jeito de não dar mais bola pra briga e pra
cara amarrada. Será que você não acha um jeito pra mim?
Um beijo da Raquel.
(...)
NUNES, Lygia Bojunga. A Bolsa Amarela – 31ª ed. Rio de Janeiro:
Agir, 1998.
Em “Agora tá tudo diferente:”
(ℓ. 7), a palavra destacada é um exemplo de linguagem
(A) ensinada na escola.
(B) empregada com colegas.
(C) encontrada nos livros
técnicos.
(D) estudada nas gramáticas.
Resposta: B
Que sugestões podem
ser dadas para melhor desenvolver essa habilidade?
Naturalmente, essa competência (variação lingüística)
deve ser trabalhada na sala de aula para que os alunos possam desenvolver as
habilidades de reconhecer e identificar as marcas lingüísticas empregadas nos
diversos domínios sociais. Para isso, o professor deve selecionar textos que
evidenciem eventos de letramento com larga utilização das variantes
lingüísticas. Temos, como exemplo, letras de música onde aparecem variantes de
pronomes de tratamento, tirinhas, especialmente as de Chico Bento, revistas em
quadrinho, trechos de diário, narrativas etc.
No entanto, é de fundamental
importância que o professor, ao lidar com alunos que utilizam exemplos da
língua não-padrão, identifique as diferenças e conscientize os alunos quanto a
essas diferenças.
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